sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

TDAH E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

TDAH E DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM

A criança com Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) muitas vezes é chamada de burra, por pais e professores, porém ao contrário do que se pensa, o TDAH possui inteligência sim, e muitas vezes acima da média das demais crianças. Para um bom diagnóstico profissional, sempre o Psiquiatra ou neuropediatra infantil precisam pedir uma avaliação neuropsicólogica irá definir quantitativamente o nível de inteligência e não somente esta mais uma série de outras capacidades, assim juntando-se outros exames de outros profissionais o médico saberá diferenciar e diagnosticar exatamente o TDAH. outros exames interessantes são Cardiológico, hormonal (tireóide), respiratório, pois estes são fatores que possivelmente causam hiperatividade, que no caso seria uma cormobidade e não o TDAH. 
Muitos pais chegam ao consultório contando que seu filho "era" ou "parecia ser" inteligente até começar a estudar, andou rápido, falou cedo, monta e desmonta tudo, conta histórias como ninguém, porém não consegue aprender ler e escrever, ou as realiza porém com dificuldade, às vezes até pensamos que nunca conseguirão, porém sua inteligência está ali, guardadinha, apenas não a usa suficientemente por causa da desatenção. 

A aprendizagem da criança com TDAH não se dá por causa da desatenção, a criança ou adolescente, não aprende por dificuldade de atenção nas explicações dadas pelo professor e assim não memoriza nada, logo, não aprende, isto é bem diferente de falta de inteligência.







 O professor será orientado a oferecer aulas mais dinâmicas, diferenciadas, práticas, "interessantes" e o aluno será estimulado à estas aulas, que, inseridas em um cotidiano real, façam parte de seus interesses, assim mais interessado, conseguirá respostas positivas,  sua auto-estima recupera-se e aumenta a vontade de aprender a consequência será um melhor rendimento escolar.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


O que fazer com meus pensamentos,
Se enquanto todos dormem, eles passeiam pela casa,
Brincam de esconde-esconde pelos quartos,
Aproveitando o escuro da madrugada?
Remexem nas gavetas, nos armários...
São crianças tolas e inconseqüentes..
,..não tem fronteira, nem porteira, nem cerca que os detenham..

                                                                                                                     ( Dóris Reis)

TDAH e a escola



Orientações de manejo do TDAH no ambiente escolar

O Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) apresenta diversos sintomas, além de desatenção, hiperatividade e impulsividade, que são os mais frequentes e evidentes.
Irritabilidade, desorganização, dificuldade na gestão do tempo, baixa capacidade de planejamento e execução de tarefas, baixa tolerância à frustração, inadequação social, dificuldade na solução de conflitos, imaturidade emocional, baixo interesse por atividades longas e monótonas, entre outros, também podem ser características de uma criança / adolescente com TDAH. Adicionalmente, outros problemas comportamentais, emocionais, de aprendizagem ou de linguagem podem estar associados ao TDAH.
O ambiente escolar, por sua vez, pode ser um grande aliado no manejo destas crianças / adolescentes como também pode tornar-se mais um desafio em suas vidas.
A escola tem papel fundamental na vida do aluno e, ao encontrar uma escola comprometida e educadores capacitados, presentes e cuidadosos, ele terá melhores condições de superar suas dificuldades e desenvolver suas potencialidades.
Vamos a algumas dicas práticas de manejo do aluno com TDAH no ambiente escolar. Estas dicas estão agrupadas por áreas de atuação da escola e do educador.

COMUNICAÇÃO:
a comunicação com o aluno deve ser breve, objetiva e clara, garantindo que ele esteja atento ao interlocutor. Deve-se evitar frases e comandos longos ou que envolvam um grande número de tarefas.
a comunicação entre a família, a escola e os profissionais que cuidam do aluno é uma grande ferramenta para um desempenho escolar satisfatório.

REGRAS E FUNCIONAMENTO DA ESCOLA:
o aluno deve saber quais são as regras da escola e as consequências do não cumprimento destas regras. Isto não deve ser colocado como uma ameaça mas como informação para que ele possa adequar-se ao funcionamento da escola.
a impulsividade é um dos fatores que frequentemente faz estes alunos ultrapassarem os limites e desrespeitarem as regras. Estes fatos devem ser apontados e o aluno deve ser orientado a identificar situações de risco, onde o respeito às regras pode ser comprometido.
bom senso não é algo fácil de ser encontrado nestes alunos. O educador não pode “esperar” que ele perceba situações implícitas. Conversas claras e pontuais podem ajudar o aluno a conhecer melhor suas dificuldades e habilidades e, consequentemente, melhorar sua atuação na escola.
punições, advertências e suspensões não garantem o aprendizado de comportamentos adequados. Estas ações devem ser restritas a situações cabíveis.

OBJETIVOS E METAS:
o aluno deve ser implicado em seu processo de aprendizagem e acompanhar os resultados de seu desempenho escolar. As informações e decisões não devem ficar limitadas ao eixo escola-família. Ele deve ser informado periodicamente de sua situação e fazer parte do estabelecimento de objetivos e metas.
os objetivos e metas devem ser possíveis de serem alcançados pelo aluno.
deve-se fazer acordos com o aluno e oferecer feed-back de seus resultados.

ROTINA DE ATIVIDADES:
o aluno deve saber qual será a rotina diária da classe. Ela deve estar visível para que ele possa acompanhar o desenvolvimento das atividades e adequar-se caso tenha se distraído ou desorganizado.
esta rotina será aliada do aluno se oferecer pequenos períodos de descanso e alternância de atividades mais ou menos motivadoras e dinâmicas.

POSIÇÃO EM SALA DE AULA:
uma posição próxima ao professor pode minimizar a oscilação da atenção do aluno.
portas e janelas próximas ao aluno podem ser grandes distratores.

ORGANIZAÇÃO:
em geral, a organização não é o ponto forte do aluno com TDAH. O suporte na organização, sobretudo em situações de maior complexidade e que exigem uma maior habilidade organizacional, é fundamental.
o aprendizado da gestão do tempo pode ser facilitado com o acompanhamento da rotina disposta visualmente e com periódicos e breves exercícios de previsão de tempo de cada tarefa.
um local para a listagem de tarefas a serem realizadas pode ser um grande aliado do aluno.
ajudá-lo a registrar as tarefas em sua agenda e riscar as já realizadas é uma medida simples que pode facilitar o controle das atividades.

SOCIALIZAÇÃO:
é importante ajudar o aluno a sentir-se parte integrante, ativa e relevante no ambiente escolar. Suas características positivas devem ajudá-lo a sentir-se útil e aceito no ambiente escolar. Um exemplo possível é convidá-lo a fazer parte do planejamento e da montagem de uma feira pedagógica, cultural ou comemorativa. Esta ação envolve movimento, dinamismo e os resultados são palpáveis.
os conflitos, quando possível, devem ser resolvidos entre as partes envolvidas, com a mediação de um adulto, proporcionando o aprendizado de suas soluções. Meras punições e notificações não garantem este aprendizado.
a identificação de sinais de crise, como envolvimento em discussões, excesso de agitação, irritabilidade, etc., é um recurso importante. Nestes momentos a atuação do educador é valiosa para que o aluno e a classe aprendam a buscar soluções e desenvolvam uma relação de respeito e colaboração.
a alternância de atividades individuais e em grupo pode promover uma melhor atuação social do aluno.

FATORES EMOCIONAIS:
o aluno deve ser valorizado em seus pontos positivos (fortes), em seus esforços e em suas conquistas.
os pontos negativos (fracos) devem ser vistos como metas a serem superadas. As pequenas conquistas devem ser constantemente pontuadas.
fracassos frequentemente fazem parte da vida do aluno com TDAH. O educador pode ser um grande aliado na mudança da rota de vida deste aluno.
a escola deve oferecer ajuda ao aluno, antes que ele desista dele mesmo.

APRENDIZAGEM:
nem todos os alunos com TDAH apresentam dificuldades pedagógicas. Muitas vezes a oscilação da atenção leva à baixa retenção de informações na memória, comprometendo o aprendizado. Isto deve ser diferenciado para que estabeleçam-se estratégias adequadas à origem do problema.
os jogos, brincadeiras e atividades lúdicas são ótimos viabilizadores e reforçadores do aprendizado. A motivação facilitará o aprendizado.
os problemas específicos de aprendizagem devem ser identificados para que tenham o direcionamento adequado. A equipe de profissionais que acompanha o aluno pode oferecer o suporte necessário para o manejo destas questões.
incentivar o aluno a tomar nota dos pontos mais importantes de cada conteúdo e destacar com cores e sinais as informações essenciais são recursos fortalecedores da aprendizagem.
estratégias de memorização podem ser ensinadas pelo educador como auxílio para a aprendizagem.

LIÇÃO DE CASA:
a lição de casa é facilmente encarada pelo aluno como um “monstro impossível de ser domado”. Assim, ela deve ter como objetivo a revisão e a prática do conteúdo ensinado e não o treino exaustivo de conteúdos dados.
a quantidade e a dificuldade da lição de casa e dos trabalhos devem ser compatíveis com o potencial do aluno.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO:
é necessário adequar o conteúdo e a forma de avaliação, caso o aluno necessite.
o conhecimento apresentado pelo aluno deve ser mais importante que a quantidade.
proporcionar outras formas de expressão do saber, dentro dos parâmetros possíveis para cada situação.
avaliações de longa duração podem não permitir que o aluno mostre seu conhecimento sobre a matéria mas sua dificuldade de gestão do tempo.
a competitividade excessiva pode ser uma armadilha para o aluno com TDAH.

DIRETRIZES GERAIS PARA OBTENÇÃO DE BONS RESULTADOS:
*flexibilidade, comprometimento e disponibilidade.
*respeito à individualidade.
*a relação de autoridade deve ser pautada na confiança e no respeito.
*disponibilidade para o cuidado com a relação aluno-educador.
*cautela com estigmas e rótulos.
*elaboração em conjunto com outros professores de estratégias de manejo do aluno.
*reavaliação frequente das estratégias adotadas pela escola.

Estas são algumas orientações que devem estudadas e definidas diante da necessidade específica de cada aluno.

Christiane D’Angelo Fernandes - psicopedagoga
Dra. Saada R. S. Ellovitch - neurologista infantil

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ao Mestre com carinho

Sou criança, estou aprendendo sim, porém com dificuldade.
Olhe para mim, sou pequeno, frágil, nem todos ao meu redor me dão carinho.
Me chamam de terrível, burro, agressivo, e outras palavras que nem sei o que significa.
Quero descançar, vc diz que não está na hora,
quero conversar, vc diz que estou interrompendo,
quero me expressar, quero opinar, ou talvez, do meu jeitinho "burro", falar simplismente que TE AMO!

Vc não deixou, não deu abertura,
e vive dizendo que não aprendo nada.

Sei sim, sei de muitas coisas, sei principalmente que vc não sabe o que fazer...
quando não sei responder a tarefa, quando choro, quando sou terrível, agressivo,

Se me permite, querido professor, vou te dizer o que fazer,

somente me AME! 

ASSINADO, SEU ALUNO TDAH.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Aprender é preciso, querer também é



Sabemos que para aprender é necessário querer, isso já foi estudado e citado por vários autores como Emília Ferreiro, Vygotsky, entre outros. Porém na prática precisamos canalizar nosso olhar para esta questão. Em minha prática Pedagógica tenho observado crianças desestimuladas, desinteressadas, desmotivadas para aprender, "ser alguém", como dizia minha mãe há alguns anos atrás. Crescem o número de crianças que estando em séries já avançadas não sabem ler e escrever. Então me motivei a desenvolver um projeto em escolas públicas municipais onde eu trabalho como Fonoaudióloga Escolar. Alunos de 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental foram triados com testes de linguagem, leitura e escrita e separados quanto à sua dificuldade de aprendizagem para fazerem parte do projeto que denominei "Bem Aprender". Para aprender é preciso estar bem, dentro de uma visão holística, bem consigo mesmo e com o mundo que me cerca. Então objetivos foram desenvolvidos baseados nesta visão onde o ser como um todo é um ser "Humano", que é Espírito, Corpo, Família, Sociedade e Emocional. É preciso RE-FAZER, resgatar esse ser humano na sua amplitude para que possa querer, viver e "ser alguém". Querer aprender, estudar, mostrar a todos que consegue, pode, principalmente a si próprio. As atividades neste projeto levam não somente a criança, mas toda sua comunidade escolar, social e familiar a pensar,  na real necessidade de aprender. Os frutos já estamos colhendo, posso ver em menos de 3 meses, alunos que se gostam e respeitam a si próprios. Aqui os nossos primeiros trabalhos foram de resgate de auto-estima e também resgate espiritual onde oramos, cantamos, e desenvolvemos atividades lúdicas neste contexto.

Leia também:
Artigo - Maria Cecília Castro Gasparian - Psicopedagogia Institucional uma visão sistêmica.
Livro - Visão Holística Em Psicologia E Educação - Roberto Crema.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Aprendizagem em minha vida

A aprendizagem humana é alvo de estudos, de pesquisas e principalmente de questionamento de profissionais e professores no que diz respeito à dificuldade em relação ao seu desenvolvimento.
Por este motivo estou criando hoje este blog, para discutir, pensar, analisar junto com interessados, sejam eles, professores, educandos, pais e outros profissionais que se dedicam à esta tarefa que não é fácil, mas que é viável. Sou uma destas que se enveredaram em ajudar, a mediar este acontecimento "Aprendizagem".
Sou Fonoaudióloga, especialista em Psicopedagogia clínica e Institucional, MÃE, esposa, filha. Estudo e me dedico há 7 anos à Educação Especial e Inclusiva, como fonoaudióloga clínica e educacional.
A palavra mãe maiúscula não é à toa, sou MÃE de um garotinho lindo, e super inteligente, com TDAH.
Assim me dedico cada vez mais à essa maravilhosa e encantadora APRENDIZAGEM.